Bichectomia, a cirurgia que pode mudar seu rosto

31/01/2017

Conhecido como cirurgia das bochechas (cheek surgery), a bichectomia já é famosa nos EUA e tem sido feita em muitas celebridades. No Brasil, também vem se popularizando nos últimos 2 anos.

Celebridades internacionais como Angelina Jolie e Megan Fox, que são conhecidas como ícones de beleza no mundo todo, já realizaram esse procedimento e, analisando fotos prévias e atuais, podemos perceber como seus rostos ficaram mais finos, com maior definição das maçãs.

Bichectomia é o nome que se dá ao procedimento de redução da Bola de Bichat, que é um tecido de origem gordurosa que fica na região das bochechas e é um dos responsáveis por deixar o rosto com aspecto mais arredondado. A ideia da cirurgia é deixar o rosto mais definido e as maçãs mais evidentes, afinando a região das bochechas. Os resultados iniciais já podem ser vistos 10 a 15 dias após o procedimento, assim que regride o edema inicial. No entanto, o resultado final fica mais evidente após 4 a 6 meses, quando o edema residual é reabsorvido por completo.

A utilização da bola adiposa da bochecha (bola de Bichat) não é um procedimento novo na região maxilofacial. A bola de Bichat tem sido amplamente utilizada para tratamento de problemas como as chamadas comunicações buco-sinusais, e outras cirurgias da face. Sua redução pode ter um aspecto funcional naqueles casos em que ela existe em excesso, aumentando muito o volume das bochechas e levando a trauma pelos dentes recorrente na região durante a alimentação, por exemplo. No entanto, mais recentemente tem sido muito procurada como procedimento adjuvante nas terapias estéticas faciais, por promover maior definição dos contornos da face. É um tecido que regride em menor volume ao longo de processos de emagrecimento e, após sua retirada, dificilmente se restabelece na mesma dimensão que antes, tendo um resultado muito duradouro. Mas, como todo procedimento estético, não pode ser banalizado! Não são todos os pacientes que devem realizar esse procedimento. Deve ser indicado com cuidado, pois esse arredondamento da face ou um aspecto mais “quadrado” do contorno facial pode ocorrer por outros motivos, como por exemplo, na chamada hipertrofia de masseter e, nesses casos, a bichectomia não dará o resultado esperado. Portanto, antes da realização, deve-se avaliar o formato do rosto, a característica óssea de seu contorno e a real possibilidade de gerar resultado evidente e positivo na estética da face. A avaliação de cada paciente individualmente é essencial para definir se existe indicação de realizar o procedimento.

O pós operatório é considerado bem simples, semelhante à extração de um dente do siso. Deve-se ter cuidado com a alimentação, que deverá ser mais pastosa e fria nos primeiros dias. A higienização da boca deve ser realizada com cuidado mas é muito importante, pois manterá limpa a região onde foram feitos os cortes, ajudando a prevenir infecções. Além disso, realiza-se compressas geladas na região, do lado de fora do rosto. É importante também evitar exposição ao sol e e manter um repouso relativo, não realizando atividades físicas por cerca de 10 a 15 dias.

A bichectomia pode ser realizada em consultório (ambiente ambulatorial) ou em ambiente hospitalar, e cada caso vai ser definido em conversa e discussão do procedimento entre o paciente e o cirurgião de sua escolha.

É realizado um corte na parte interna da bochecha, por dentro da boca, e, através dele, é retirado até 50% desse tecido, dependendo do planejamento do profissional para seu paciente. Os cortes são então suturados com fio reabsorvível e não deixa cicatrizes visíveis. O procedimento dura, em media, de 40 minutos a 1 hora.

A região fica sensível e dolorida já que se trata de um procedimento cirúrgico mas totalmente suportável e muito bem controlados com o uso de medicações para controle da dor e desconforto, como analgésicos.

Embora a técnica seja relativamente simples, como qualquer outra cirurgia, a bichectomia possui alguns riscos, pois é uma região que possui estruturas nobres. Entre as possibilidades estão sangramento, por lesão de vasos sanguineos presentes na região, e lesão de ducto de glândula salivar, que tem também trajeto próximo à região que é manipulada. Outro risco que pode haver é a remoção em excesso desse tecido, o que pode levar a desarmonia da estética facial. No entanto, é muito importante lembrar que, se feita da maneira adequada por profissional com treinamento para realizá-la, o risco é bastante baixo. Então lembre-se: esse procedimento deve feito por profissionais capacitados e experientes na área.